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Olhe ao seu redor, você sabe onde foram fabricados os produtos do seu dia a dia? Suas roupas, os acessórios de decoração da sua sala e até algum dispositivo eletrônico inovador podem ter sido produzidos em algum lugar bem longe de onde você está agora.
O caminho que esses itens percorrem até chegar a você é provavelmente determinado por um profissional de logística. Essa área é, hoje, essencial para a sociedade e estratégica na maioria das empresas. Por isso, há muitas curiosidades sobre o sistema de logística e transporte no Brasil.
Apesar de o Brasil ser um país com dimensões continentais (são mais de 8 milhões de km²), a rastreabilidade e a infraestrutura dos sistemas de transporte têm melhorado. É o que indica um estudo do Banco Mundial, que coloca o país na 55ª posição entre 160 países — e à frente da Argentina (66), do Uruguai (65), do Peru (69) e do Paraguai (101).
A logística aqui já evoluiu, mas ainda tem altos custos, bem como dificuldades no embarque internacional e na pontualidade. É um negócio de grandes proporções — e que evolui rapidamente. Como está em nosso cotidiano de maneira intrínseca, é de grande importância para o dia a dia.
É a logística, afinal, que traz às mãos do consumidor produtos fabricados nos mais diversos lugares do mundo. Quer conhecer algumas curiosidades sobre o sistema de logística e transporte no Brasil? Então acompanhe o texto a seguir!
Apesar de já existir no Brasil há algumas décadas, a logística só ganhou maturidade comercial nos anos 1990. Sabe por quê? Porque foi nessa época que a redução de alíquotas de importação entrou em vigor no país.
Essa abertura de mercado foi difícil para muitas empresas: como não estavam preparadas, enfrentaram grandes dificuldades para se manter competitivas. Foi graças à logística que essas organizações foram guiadas a um novo patamar e passaram a atender com mais eficiência as demandas da época.
Assim, muitos produtos passaram a ser levados para locais próximos ao consumidor (em regiões até então muitas vezes não servidas por essas entregas, especialmente municípios pequenos) com profissionalismo e agilidade.
A logística é uma das atividades mais importantes em situações de guerra. Na Antiguidade, era comum que os conflitos ocorressem em lugares distantes e, por isso, era preciso garantir o deslocamento de tropas, armas e suprimentos — e, claro, a manutenção de recursos.
Por causa disso, cada movimento tinha de ser determinado de forma a garantir o uso de rotas por áreas seguras, com as temperaturas ideais, que tivessem fontes de água nas proximidades e que fossem acessíveis aos meios de transporte usados pelos soldados.
Entre 1970 e 1975, o volume de carga transportado no país passou de 124,5 para 204,8 bilhões de toneladas por ano. Foi o sinal para que as fabricantes Chrysler (Dodge), Alfa Romeo (incorporada pela Fiat em 1976), Ford, General Motors, Mercedes-Benz e Scania percebessem que havia espaço para expansão.
Na década de 1970, o caminhão era considerado apenas um veículo para transporte de cargas: não havia compromisso com seu desempenho operacional. Só nos anos seguintes, com a evolução do segmento, começou a profissionalização do setor.
Nos 45 anos seguintes, tudo se transformou: a malha rodoviária cresceu, os veículos ganharam tecnologia embarcada, sistemas de rastreamento, monitoramento e telemetria passaram a ser usados para inibir roubos de carga e tornar a logística mais eficiente e rentável. Paralelamente, cursos e treinamentos levaram à formalização e profissionalização da área.
Em 2016, durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos realizados no Brasil, a logística teve um crescimento importante: no período olímpico, foram movimentados 30 milhões de itens. O fim desses eventos, entretanto, não foi o ponto final do trabalho dos operadores logísticos: sua conclusão só aconteceu um ano depois.
Isso, porque a atividade é sempre a última a sair e só a faz após a desmobilização e a logística reversa. Nas Vilas Olímpicas, por exemplo, havia 3.600 apartamentos e sua desmobilização só terminou em dezembro de 2016.
Quem já comprou algo na Black Friday deve ter sentido aquele medo de não receber o produto. Se ele foi entregue rapidamente, pode agradecer às possibilidades trazidas pelos processos logísticos. É graças a essa atividade que as lojas virtuais ganham (ou perdem) sua reputação.
Um e-commerce só se torna atraente para a massa de consumidores quando a logística envolvida nas entregas garante o cumprimento de prazos e a entrega das mercadorias em perfeito estado. Afinal, é assim que os consumidores têm suas expectativas atendidas.
O chamado circo da Fórmula 1 é a estrutura que garante o acontecimento das etapas do circuito em diferentes países da Ásia, Europa, Oceania e das Américas. A logística por trás do evento é grande e complexa, independentemente do país que o recebe.
Em 2017, para o Grande Prêmio do Brasil, que acontece em São Paulo, foram mais de 600 toneladas de cargas, transportadas em sete Boeings 747-400 e 747-800. Eles aterrissaram no terminal de carga do aeroporto de Viracopos.
Depois de descarregados das aeronaves, todos os equipamentos foram embarcados em caminhões específicos para cada item e transportados até Interlagos. A operação de movimentação desse material usou cerca de 80 carretas Scania e incluiu mais de 200 viagens.
Embora a oferta de vagas em cursos técnicos e tecnológicos (tanto de instituições públicas quanto privadas) seja grande, a área tem carência de profissionais especializados. A maior parte das vagas é em planejamento de estratégia.
A demanda aumentou com o crescimento do e-commerce no Brasil e há muitas oportunidades disponíveis para especialistas. Os salários variam muito dependendo da empresa e das atividades desenvolvidas, mas, em média, um gerente de logística ganha R$ 10.319 mensais.
Fonte: CargoX